terça-feira, 15 de janeiro de 2019

O Natal do Sr. Scrooge e os Sinos de Ano Novo

Quando era miúda tinha uma banda desenhada com a adaptação deste conto de Natal. Esse livro li-o vezes sem conta e desapareceu da minha vida, tal como entrou! Não sei como veio ter às minhas mãos e também não sei como desapareceu, mas o que é certo é que eu adorava aquela história. Depois vieram as várias versões para cinema ou série, outras bandas desenhadas, mas nunca tinha lido o livro original de Charles Dickens e, neste Natal de 2018, já que o tinha cá em casa, resolvi dar-lhe uma hipótese...não me arrependi! A escrita de Charles Dickens flui muito bem e espelha sempre alguma preocupação com as classes desfavorecidas daquela altura - início do século XIX.
A história retrata um velho avarento - Ebenezer Scrooge que é visitado por três espíritos - do passado, do presente e do futuro. Tudo acontece por uma boa causa: tornar o futuro de Scrooge numa realidade melhor do que aquela que se prevê se continuar a ser um velho avarento e de poucos sentimentos para com os outros e para a sua própria família. 
Talvez o que me atraia mais nesta história é a possibilidade de redenção, a possibilidade do ser humano melhorar sejam quais forem as atitudes ou modo de ser que apresentaram até aí. Esta possibilidade de ter um outro futuro, se a partir daí, se tornar num novo homem, é notória na vontade do autor e isto é assim no primeiro conto - O Natal do Sr. Scrooge, como no segundo conto deste livro - Os sinos de Ano Novo. Nesta última história o autor também mostra dois possíveis futuros, um em que acontecem só desgraças mediante a escolha "errada" dos personagens e outro, o mais auspicioso, em que acaba tudo bem e os personagens são felizes, embora humildes e com poucas posses.

E não menos importante do que isto tudo é a ideia que Charles Dickens passa do verdadeiro sentido do Natal - a partilha alegre familiar, o saborear as ceias natalícias como se estas fossem únicas e um momento extraordinário do ano todo, o sentimento de gratidão entre as pessoas e mais ainda, entre os membros da família.

É muito bom, desligarmo-nos do consumismo meio estúpido dos tempos atuais, e sentirmos a ideia de Natal que o autor quer passar e claramente esta ideia é transmitida e fica-nos o sabor de dias mágicos em que tudo se ilumina, em que tudo por mais pequeno e insignificante que seja é brilhante e transmite o calor e a humanidade entre o Homem só porque (e tanto) é Natal.

Fiquei, é claro, com vontade de ler mais obras do autor!


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