Até mais de meio, estava confusa com a leitura deste livro. Sinceramente, não estava a compreender onde o autor queria chegar (se bem que não há obrigatoriedade de se chegar a lugar algum com a leitura de um livro). Que mensagem estava a passar o autor? Que valores estavam a ser transmitidos às crianças de 11 anos, nitidamente o público-alvo deste livro? Tudo indicava que estavam a ser muito focados aspetos moralmente duvidosos...
Ben, o menino da história, adora tudo o que se relaciona com canalizações (muito original), tudo o que inclua tubos e arranjos com canos, isso é que o encanta, esse é o sonho da sua vida...ser canalizador. Os pais desdenham dessa hipótese e querem desviá-lo dessa ideia, mas Ben está longe de querer o que os pais queriam que ele fosse: dançarino como a estrela de dança que veneram com todo o seu coração —o grande dançarino, Flavio Flavioli.
A história desenrola-se e vem-se a saber que a avó é uma ladra, uma verdadeira gângster. Ora, aqui é que comecei a não gostar, pois aqueles valores não interessam, de todo, passar às crianças: a excitação de roubar coisas de valor, as histórias da avó quando era mais pequena e usurpou, pela primeira vez, e tal e tal (uiii o que é isto, perguntava eu), já não estava a gostar nada daquilo. De veloz leitura este livro, chega-se a determinada parte e vira tudo ao contrário. Respirei de alívio e achei muito interessante como o autor escreveu o livro e compõe tudo até chegar aquele ponto.
Não deixa de ser um livro onde ficamos a refletir sobre pré-conceitos, o rapazinho que tinha uma ideia da avó (chata, aborrecida, que só sabia jogar scrabble, que ele nem gostava, etc), passa a ter a ideia de uma super avó, a qual Ben passa a adorar e que nada tem de chata ou de aborrecida.
E às tantas, damos conta que este livro valoriza o papel dos mais velhos e a importância de passarem tempo de qualidade juntos. Transmite a ideia de que os avós já foram jovens e têm montanhas de histórias engraçadas para contar.
Gostei bastante, claro, uma delícia que qualquer criança de 10 a 12 anos também vai adorar.
As ilustrações são bem engraçadas e dão mais piada ao livro, acompanham muito bem o que está escrito. A linguagem é muito acessível.
palavras do livro que despertaram, em mim, outras palavras:
- Divertimento.
- Preconceitos.
- Tristeza.
- Surpresa.
- Valorizar os mais velhos.
- Família.
- Ternura.
- Dar valor ao tempo passado em família.
- Olhar os mais velhos como fonte de histórias super interessantes.
- Ter consciência de que há preconceitos que limitam de ter preconceitos.
- Crianças dos 8 aos 12 ou 13 anos (e para todos os outros também).
-Dar umas boas gargalhadas com todas as aventuras da história.
Título: A avozinha Gângster
256 páginas.
Autor: David Walliams
Editora: Porto Editora
Sem comentários:
Enviar um comentário