domingo, 31 de março de 2019

O Homem de Giz de J. Tudor

Pronto já ando a "furar" a minha de lista de livros a ler para este ano a toda a velocidade e de toda a forma e feitio e para isso basta dar uma voltinha inocente na biblioteca. Torna-se portanto irresistível por lá andar, no meio das prateleiras, sem trazer comigo 2 ou 3 livros que já me tinham despertado a atenção. Desta vez trouxe debaixo do meu braço este - o Homem de Giz de Tudor e desta feita intercalei com a última carta de amor de Jojo Moyes.
Sobre o livro aquilo que melhor o traduz para um leitor àvido de leituras é que ele é rápido, de um fôlego só e quase ficamos sem ar, porque ao ler duas linhas queremos ler mais quatro, ao ler quatro mais oito e vai daí a leitura assemelha-se a uma progressão geométrica que não pára de crescer :-).
Gostei muito, pois prende e nos exige uma continua leitura sem grandes paragens, no entanto (e eis que me torno cada vez mais uma leitora ultra exigente, enfim...), não gostei da tradução e não gostei de todo, pois não gosto dos termos "garoto", ou "monte de merda", ou outras frases que francamente só desvalorizaram a escrita, pareciam coisas mal encaixadas, meio deslocadas, mas o todo não fica desvalorizado, ou antes, a história não fica desvalorizada. 
Também existiram outras partes que ficaram meio estranhas e mal ajustadas no meu raciocínio, há partes que não consegui concluir se eram apenas imaginação da personagem ou se de facto teriam acontecido e se sim, a acontecerem, não se percebe então o desfecho, com "culpados" que não correspondem ao andamento da história...dá a sensação que a autora nos desvia as atenções com acontecimentos quase "non sense" para que seja pouco expectável o desfecho...ainda assim, como disse é muito rápida a leitura e prende-nos.
Gosto de thriller, gostei por exemplo da rapariga do comboio (bastante) e até certo ponto pareceu-me mais coeso e coerente na sua narrativa, do que este, mas ainda não digo que thriller é a minha praia, porque não é! Até agora os livros que mais me tocaram foram os de romance e talvez particularmente, romance histórico. Seja como for, ainda há tanto para percorrer neste caminho delicioso da leitura...
Ahhh sobre o conteúdo?! Pronto também posso explicar um cheirinho...
Um grupo de adolescentes, lá pelos anos 80, com as suas bicicletas exploram o mundo, a floresta lá perto das suas casas e jogam os seus jogos, arranjam as suas brincadeiras. Surge um professor novo na vila, fisicamente diferente do habitual, é estranho, misterioso e propõe à nossa personagem principal uma brincadeira nova...mensagens escritas a giz. O grupo de adolescentes, cada um com a sua história familiar por trás, começa a entrar neste novo "jogo" - mensagens através do giz escritas em diversos sítios e com códigos próprios ....e descobrem coisas horríveis que mais tarde, bem mais tarde se descobrem, ou parcialmente ficam descobertas, porque alguns pequenos pormenores ficam escondidos...talvez para sempre!

domingo, 3 de março de 2019

Cafuné de Mário Zambujal

Este livro - Cafuné -  foi o primeiro que li do autor, talvez não tenha sido a escolha acertada para o primeiro, talvez devesse ter começado com o tão famoso "Crónica dos bons malandros" e talvez não tenha sido nada disto a fazer a diferença na minha opinião, o que é facto é que não posso dizer "não gostei", mas posso dizer "não faz mesmo o meu género de leitura" ou "não me fez vibrar" ou ainda: "não é definitivamente para mim".

Um livro, para ser realmente bom (para mim), deve tocar-me na alma, emocionar-me, fazer-me rir ou chorar ou as duas coisas, dar-me calafrios, transmitir-me alguma ansiedade, um toque de adrenalina, querer saber mais e mais até terminar...neste caso, a leitura não conseguiu cativar-me e às tantas, porque estava numa espécie de ressaca literária.

Tinha acabado de ler "Tempo entre Costuras" de Maria Dueñas e esta foi uma leitura de me tirar o fôlego, rápida, envolvente, quente, marcante, eu sei lá, de tal maneira que quis escolher um livro, que depois deste fosse mais leve, mais divertido e de certa maneira, Cafuné foi mais leve e divertido. O "leve", no entanto, transportou-me para um cenário de uma Lisboa meia apodrecida em costumes, para brejeirices, alguma ou muita promiscuidade, embora tudo isto escrito, é claro, de forma muito bem feita, com um tipo de humor muito característico de Mário Zambujal e muita história à mistura, que nos faz viajar até 1800 e piquinhos, época em que Napoleão e as suas tropas invadiam Portugal e a família real se pisgava a sete pés (ou antes, a navegar para o Brasil).  Nesta época ainda se vivia com muito receio do que tinha acontecido não há muito tempo, a 1 de novembro de 1755, o grande terramoto que se fez sentir intensamente em Lisboa. A justiça era bem pior do que a que existe nos nossos dias, ou antes, melhor dizendo, não existiria justiça a qual se fazia, na grande parte das vezes, por conta própria, matando que se entendia matar, por questões que tinham a ver com o que acontecia no leito conjugal ou com o que estava relacionado com a honra dos homens em relação às moçoilas que se queriam desposar. Os assuntos de cama e a promiscuidade era mais que muita, casados ou não, da realeza ou do povo, os amantes e as amantes eram coisa vulgar e muito se falava no diz que disse e não disse e tal e coisa.

Divertido é sim e escrito de uma forma diferente do habitual. Aprendi ou fiz a revisão de muitos temas que tinha esquecido da história portuguesa, no entanto, confesso que neste momento, não me encheu as medidas. Seja como for, quero ler muito mais do autor e só depois opinar com maior consistência.


Autor: Mário Zambujal
Editora: Clube do Autor
243 páginas
literatura-billboard

Imagem do cabeçalho do blogue de "GimpWorkshop"

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Fantasia, Mágico, Surreal. De utilização gratuita.

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