segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Histórias num admirável...mundo invisível de Maria Amélia Loução




Este fantástico livro ensina ciências "a brincar", mais especificamente, fala-nos sobre: solo,  microrganismos lá existentes, árvores e associações tão importantes, entre as raízes e as bactérias que lhes são benéficas. Com uma linguagem bem adaptada a crianças, talvez entre os 8 e os 11 anos, vai passando a ideia de que existe uma enorme biodiversidade nos solos e que ela é extremamente importante para o equilíbrio da vida. E engraçado é que até as bactérias "más" são mostradas como tendo que existir sendo até, através delas, que as raízes conseguem produzir determinados repelentes muito úteis em lutas de defesa posteriores. Assim, estes produtos produzidos pelas raízes, "mal cheirosos" conseguem defender as "bactérias boas" e até as próprias raízes das árvores!

Não são muitos (pelo menos que eu tenha conhecimento) os livros que ensinam ciências através de histórias e quando encontro algum assim, bem escrito e com ilustrações bem pitorescas e adaptadas à história, dou-lhe um enorme valor.

A história começa com o encontro de três crianças (primos) e que descobrem, no sótão da avó (desconfio que da própria autora :-), uma pequena caixa que os transporta para diferentes épocas da humanidade. Depois, para introduzir a parte da "microbiolândia", a avó conta aos netos histórias que comprovam a maravilha da natureza e em que, na maior parte das vezes, há associações leais entre seres vivos. E, desta forma, as crianças vão ouvido aventuras que se passam num mundo de raízes e bactérias no solo.

No final do livro ainda há lugar para alguns jogos e destaque para uma espécie de glossário científico.

A autora deste livro tem um longo currículo na área biologia e é atualmente Presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia. São diversas as publicações de Maria Amélia Loução tal como este artigo que se pode ler aqui sobre a biodiversidade.

Encontrei também um vídeo, bem interessante, em que a autora Maria Amélia Loução (que é autora de diversos livros de caracter científico - não infantis) é entrevistada sobre a biodiversidade e a sua enorme importância, até para o combate às alterações climáticas.


palavras do livro que despertaram, em mim, outras palavras:

  • Biodiversidade.
  • Ecologia.
  • Redes.
  • Simbioses.
  • Bactérias patogénicas.
  • Bactérias benéficas.

🌠Ler para:

- Aprender mais sobre o solo.

-Dar valor aos microrganismos do solo.

-Compreender que há associações que trazem benefícios para as raízes e para as bactérias do solo.

- Ler uma história pedagógica a crianças dos 8 aos 12 anos (e para todos os outros também).

-Aprender sobre ciências em geral e ainda fazer uns jogos no final :-).

- Fortalecer laços entre avós e netos.


Título: Histórias num admirável...mundo invisível.

42 páginas.

Autor: Maria Amélia Loução.

Ilustrações de Sandra Serra

Editora: Flamingo.


domingo, 12 de fevereiro de 2023

A Avozinha Gângster de David Walliams

Até mais de meio, estava confusa com a leitura deste livro. Sinceramente, não estava a compreender onde o autor queria chegar (se bem que não há obrigatoriedade de se chegar a lugar algum com a leitura de um livro). Que mensagem estava a passar o autor? Que valores estavam a ser transmitidos às crianças de 11 anos, nitidamente o público-alvo deste livro? Tudo indicava que estavam a ser muito focados aspetos moralmente duvidosos... 

Bem, passemos então à explicação: nesta história, temos um menino que vive com os pais sendo que nos salta à vista uma certa negligência. Os pais de Ben mal passam tempo com ele, pouco o ouvem e não consideram o que de facto gosta de fazer. Trata-se de progenitores com interesse altamente direcionado para uma grande paixão — ver concursos de danças na TV, género: "dança com as estrelas". São pessoas simples, com empregos que exigem tarefas básicas. A mãe é manicure e o pai, segurança num supermercado. São os próprios a transmitirem aquela imagem de que estão fartos das suas vidas monótonas. 

Ao longo do livro surgem partes muito divertidas em que, por exemplo, saltam as unhas postiças à mãe. Esta quando vai no carro a maquiar-se, esborrata-se toda e chega aos locais sempre com um risco a mais...de certo que qualquer pequeno ao ler estas aventuras, vai desatar a rir-se às gargalhadas (e os adultos também).

Ben, o menino da história, adora tudo o que se relaciona com canalizações (muito original), tudo o que inclua tubos e arranjos com canos, isso é que o encanta, esse é o sonho da sua vida...ser canalizador. Os pais desdenham dessa hipótese e querem desviá-lo dessa ideia, mas Ben está longe de querer o que os pais queriam que ele fosse: dançarino como a estrela de dança que veneram com todo o seu coração —o grande dançarino, Flavio Flavioli.

Os dias passam-se, o anterior igual ao que vem a seguir, sempre com refeições prontas aquecidas no micro-ondas, pouca conversa, muito espetáculo televisivo de dança e, sextas-feiras em casa da avó. É neste dia da semana que os pais de Ben vão jantar fora e se deslocam a uma sala de cinema para verem um filme no grande ecrã. "Despejam" Ben à porta da casa da avó e arrancam para o seu programa de sexta-feira à noite. 


Para Ben é um martírio. A avó cozinha couve a toda a hora, até bolo de couve come! Tem pelos no queixo e dá puns por toda a casa, usa aparelho auditivo e uma dentadura postiça. Tudo bem, ou tudo mal (dependendo da perspetiva) só que num belo dia, Ben encontra umas jóias e pedras preciosas numa lata de bolachas que a avó tinha lá por casa. Não descansa enquanto não descobre o que é aquilo. Onde as foi buscar? Quem lhas terá dado? Ela mal sai de casa quanto mais ter aquilo ali! O mistério torna-se imperioso de descobrir. Ben, super curioso pega na bicicleta e vai ter a casa da avó sem que os pais saibam.

A história desenrola-se e vem-se a saber que a avó é uma ladra, uma verdadeira gângster. Ora, aqui é que comecei a não gostar, pois aqueles valores não interessam, de todo, passar às crianças: a excitação de roubar coisas de valor, as histórias da avó quando era mais pequena e usurpou, pela primeira vez, e tal e tal (uiii o que é isto, perguntava eu), já não estava a gostar nada daquilo. De veloz leitura este livro, chega-se a determinada parte e vira tudo ao contrário. Respirei de alívio e achei muito interessante como o autor escreveu o livro e compõe tudo até chegar aquele ponto. 

Não deixa de ser um livro onde ficamos a refletir sobre pré-conceitos, o rapazinho que tinha uma ideia da avó (chata, aborrecida, que só sabia jogar scrabble, que ele nem gostava, etc), passa a ter a ideia de uma super avó, a qual Ben passa a adorar e que nada tem de chata ou de aborrecida.

E às tantas, damos conta que este livro valoriza o papel dos mais velhos e a importância de passarem tempo de qualidade juntos. Transmite a ideia de que os avós já foram jovens e têm montanhas de histórias engraçadas para contar.

Gostei bastante, claro, uma delícia que qualquer criança de 10 a 12 anos também vai adorar.

As ilustrações são bem engraçadas e dão mais piada ao livro, acompanham muito bem o que está escrito. A linguagem é muito acessível.

palavras do livro que despertaram, em mim, outras palavras:

  • Divertimento.
  • Preconceitos.
  • Tristeza.
  • Surpresa.
  • Valorizar os mais velhos.
  • Família.
  • Ternura.
🌠Ler para:

- Dar valor ao tempo passado em família.

- Olhar os mais velhos como fonte de histórias super interessantes.

- Ter consciência de que há preconceitos que limitam de ter preconceitos.

- Crianças dos 8 aos 12 ou 13 anos (e para todos os outros também).

-Dar umas boas gargalhadas com todas as aventuras da história.


Título: A avozinha Gângster 

256 páginas.

Autor: David Walliams

Editora: Porto Editora

(1ª imagem): Imagem de fundo da Torre de Londres, atrás da capa do livro: 

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

O Homem Mais Rico da Babilónia de George S. Clason

 Aqui está um livrinho para ler e reler! 

O autor deste livro, nascido em 1874, divulgava, através de panfletos distribuídos a bancos e outras entidades financeiras (isto por volta de 1926), os ensinamentos fundamentais par se alcançar o sucesso financeiro e fazia-o através de parábolas históricas (bíblicas). Talvez seja o mais antigo relato de como obter o sucesso financeiro, é um clássico desta área da educação financeira, recorrendo a ensinamentos antigos e aplicado à história das antigas civilizações da zona perto do rio Eufrates, com terras férteis e situada, sensivelmente, no que é hoje o Iraque.  uma zona conhecida pela sua prosperidade, muito devido à perícia e sabedoria humana, pois aquelas cidades estavam situadas no meio do deserto, árido e com poucos recursos naturais.

A Babilónia era conhecida como sendo uma cidade muito prospera, onde imperava a abundância. Considerada como o berço da civilização humana, desenvolveram-se áreas do saber como o direito; ciências; astronomia e arquitetura. Fizeram-se grandes obras de engenharia como a construção de grandes canais para conduzir as águas dos rios Tigre e Eufrates, para os terrenos circundantes e lá cultivar alimentos para o povo daquela região.

 Este livro, de poucas páginas (125) resulta de uma compilação de várias destas histórias bíblicas que pretendiam, partilhar de forma extremamente pedagógica, as "chaves" que acedem à riqueza e à sua manutenção.

Assim, o autor vai passando o que considera "verdades", estas verdades estão muitas vezes no final das páginas de um determinado capítulo e colocadas dentro de caixas que chamam a atenção do leitor pelo seu destaque.

Diria que é um must be read do leitor que gosta de educação financeira. Qualquer um que se esteja a iniciar nestas áreas deve ler este livro, sem dúvida. Nada difícil, ultra pedagógico, contem em si a bases/pilares de tudo o que um conhecedor dos princípios de educação financeira vai adquirir ao longo da sua vida como conhecedor destas matérias.

São histórias, várias, dentro do livro, que recorrem a hábitos, tradições, vivências naquele tempo, naquela civilização tão antiga e já tão sapiente (é uma mais-valia deste livro pois também ficamos a conhecer o funcionamento daquela antiga civilização). Embora muitas coisas também fossem horrendas (o esquema dos escravos que eram vendidos e comprados como se tratassem de mercadorias).

Deixo aqui alguns destaques (no meu caso enchi o livro de post-it, do princípio ao fim! ):

Imagem de fundo retirada do pixabay

"- Será que não poderíamos descobrir como os outros conseguem obter ouro e fazer como eles fazem? - perguntou Kobbi.

- Talvez haja um segredo que possamos aprender, se o procurarmos junto daqueles que o conhecem - replicou Bansir, pensativo."

" Assim, o sétimo e último remédio para as carteiras vazias é cultivar as próprias aptidões, estudar e tornar-se mais sábio, tornar-se mais hábil, actuando de modo a respeitar-se a si próprio. Só assim se pode adquirir autoconfiança suficiente para realizar desejos cuidadosamente ponderados."


palavras do livro que despertaram, em mim, outras palavras:
  • Visão;
  • Determinação;
  • Resiliência;
  • Persistência;
  • Riqueza;
  • Prosperidade;
  • Vontade;
  • Capacidade;
  • Abundância.
🌠Ler para:

- Verificar que a riqueza está ao alcance de todos;

- Saber como começar a estruturar um esquema de poupança;

- Perceber que a determinação e resiliência conseguem dar cabo de qualquer dívida (haja vontade e coragem para o fazer...sem fugir da rota);

- Aprender mais sobre a antiga civilização que deu origem a conhecimentos e sabedoria que ainda hoje se aplicam;

- Ficar mais sapiente em conteúdos de literacia financeira.


Título: O Homem Mais Rico da Babilónia

128 páginas.

George S. Clason

Editora: Editorial Presença

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Imagem do cabeçalho do blogue de "GimpWorkshop"

Imagem do cabeçalho do blogue de "GimpWorkshop"
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