Arrume a sua casa, arrume a sua vida de Marie Kondo

Marie Kondo é a mestre da arrumação, sem dúvida alguma! Com muito carinho por tudo aquilo que faz transmite a sua energia positiva às peças de roupa ou aos objetos que arruma, sendo que cada um destes tem um espaço próprio, tem um lugar que ocupa. A autora, talvez até seja a mestre do minimalismo, pois tudo o que não usamos, tudo o que não é sentido verdadeiramente como "nosso", como sendo útil de alguma forma, Marie Kondo indica que deve ter outro destino - ou doar, ou vender, ou trocar, ou deitar fora, mas nunca permanecer connosco, em nossa casa.

Cheia de ensinamentos que só poderiam ser do Oriente (e atenção que escrevo isto com uma carga muito muito positiva), diz-nos que tudo o que não é usado durante muito tempo, estagna, a energia dessas coisas fica parada o que não é nada benéfico para a nossa vida em casa (e não só). Algumas das coisas que diz tocam no Feng Shui que também aprecio imenso e acerca do qual procuro informar-me...é um mundo de conhecimentos e que realmente fazem sentido. Quem nunca sentiu paz interior quando determinado espaço das nossas casas que estava caótico, após revolução de arrumação e despejo de objetos que já nada nos dizem, fica miraculosamente mais vazio, espaçoso, organizado, enfim "respirável"?

" Um prato recebido como prenda de casamento ainda dentro da caixa em cima da cristaleira. Um porta-chaves que recebeu como lembrança de um amigo guardado numa gaveta. Incenso com cheiro peculiar que lhe foi oferecido pelos colegas no seu aniversário.

O que têm estas coisas de comum? Foram presentes (...)A maioria destes presentes permanece fechada ou foi usada apenas uma vez. Admita-o. Simplesmente não se adequam ao seu gosto. O verdadeiro propósito de um presente é ser recebido. Os presentes não são "coisas", mas um meio de transmitir sentimentos de alguém. Visto dessa perspetiva não precisa de se sentir culpado por por deitar fora um presente." in "Arrume a sua casa, arrume a sua vida" de Marie Kondo.

Há uma técnica de arrumar a sua casa, até de dobrar as suas roupas, Marie Kondo ensina tudo isto e até explica bem o porquê de proceder desta forma. Primeiro começa a empilhar todas (mesmo todas) as roupas existentes na casa a arrumar e depois vai indo - livros e tal e tal e por fim os restantes objetos, as quinquilharias.

Vale a pena para quem gosta do tema da organização e arrumação (que é o meu caso). Uma perspetiva muito oriental (Japonesa) de como deve ser o espaço que habitamos, muito "clean".

Há também imensos videos no youtube onde a autora é entrevistada ou explica o seu método, aplicando na casa de várias pessoas, e aqui fica:

Autora: Marie Kondo

Editora: Pergaminho

160 páginas

A Ilha das Três Irmãs de Nora Roberts

Juro que não sei como é que é possível publicar tantos livros, certo que em vários anos, mas Nora Roberts é uma autora com uma obra imensa, enorme, gigantesca. Em muitos dos livros que escreve há um assassinato, meio horroroso, crime, mistério, enfim, estes ingredientes que implicam suspense até ao último capítulo. Seja como for esta autora consegue sempre uma imaginação daquelas, do tamanho do mundo, conseguindo inventar histórias nem sempre previsíveis e a maior parte das vezes prendem o leitor.

Muitas das suas obras foram transformadas em filmes, porque são mesmo apetecíveis para tal acontecer. Foi o caso por exemplo, da Dália Negra ou dos Céus de Montana (este último também li, aliás, já li vários dela mas nunca se esgotam :-)).

A ilha das três irmãs tem um novo toque: magia, isto porque as personagens principais são...bruxas! Mas não se assustem porque estas "bruxinhas" são muito boazinhas, algumas com mais personalidade do que outras, mas são três mulheres de garra que provêm da mesma origem. Algures no tempo da inquisição as suas antepassadas fizeram uma magia para que a terra onde viviam se separasse e assim se formou uma ilha afastada dos problemas de fogueiras onde queimavam bruxas...fugiram portanto dos horrores daqueles tempos negros.

Estas três mulheres tiveram as suas histórias e muitas gerações depois 3 das suas descendentes voltam a encontrar-se, cada uma com uma personalidade muito própria e com uma história também muito pessoal. Este livro é o primeiro da triologia que conta também com o segundo livro: "Entre o Céu e a Terra" e o terceiro livro:"A cor do Fogo". Cada um dos livros tem uma das mulheres como protagonista principal, na ilha das três irmãs a história é à volta de Nell, mulher tímida que chega à ilha fugida de ...claro que não posso dizer porque seria dizer muita coisa e não há como ler! 

Pronto é tipo novela, mas lê-se bem! Tenho os outros dois ainda para ler e quando os ler comentarei aqui sobre eles também.

Ficou-me deste livro que quando temos vontade de dar a volta arranjamos forças e capacidades para mudar a nossa vida. Mas mudar a nossa vida é uma espécie de tsunami que muda a vida de muita gente que está à nossa volta. Estas mulheres, ainda por cima, tinham uma característica que as diferenciava das restantes pessoas... tinham poderes especiais, nos quais duas delas ainda nem acreditavam possuir. E não é o que acontece a todos nós? Temos todos poderes especiais, muitas vezes desconhecemos que temos essas capacidades extraordinárias. Só em alturas de grandes dificuldades é que nos surpreendemos com os poderes que afinal surgem e nos permitem dar a volta.

E agora um devaneio: fadas, bruxas e entes mágicos normalmente têm uma ligação muito grande à Terra, à mãe natureza e conseguem ligar-se aos elementos naturais de forma muito especial, já repararam? Isso, encanta-me.

Autora: Nora Roberts

Edição: Chá das Cinco

302 páginas

Aqui está a adaptação de um dos livros de Nora Roberts - Os céus de Montana

O Poder das Pequenas coisas de Jodi Picoult

Uma enfermeira que subiu a pulso na sua profissão e com uma vida familiar nem sempre fácil, pois ficou mãe solteira por viuvez, foi informada que não poderia vigiar e avaliar um recém-nascido cujos os cuidados logo após nascimento, estavam atribuídos a si.
Das melhores alunas do seu curso e uma profissional de mão cheia, com muitos anos de serviço confronta-se com aquilo que parece ser um problema grave...o excesso de melanina que lhe confere um tom de pele mais escuro a que vulgarmente muitas pessoas chamam "raça negra".
Somos conduzidos através da história com muitos momentos em que sentimos injustiça e sofrimento por quem apenas quer viver uma vida normal, ter um emprego estável e capaz de assegurar uma subida na carreira, percurso normal para qualquer um - particularmente se for branco nos EUA.
Mas Ruth, não é branca e por ter prestado a primeira assistência quando o bebé no qual não era suposto tocar, tem uma paragem cardíaca e após as tentativas desesperadas de Ruth, morre nas suas mãos, começa uma perseguição, cruel, injusta, desequilibrada e onde tudo é posto a nú.
Afinal somos diferentes? Porque não merecemos o mesmo tratamento? Porque não somos tratados da mesma forma ao longo das nossas vidas? Que tem a melanina de cada um a ver com a humanidade, personalidade, com o profissionalismo, etc?
Concluimos que para se chegar a determinado ponto e ser plenamente aceite pela sociedade, temos que trabalhar o dobro ou o triplo, se formos negros!

"- Ruth Jefferson tem claramente as qualificações necessárias, mas pelo que posso deduzir do seu processo, não foi considerada para promoções porque a sua superiora a considerava um pouco...arrogante."

Esta história não é real, mas retrata tantos casos que se passam na vida e ainda, em pleno séc. XXI! O Poder das pequenas coisas" mexe connosco e faz-nos pensar até que ponto não somos também um bocadinho racistas, até que ponto a cor da pele não nos incomoda também a nós que pensamos ser a pessoa mais anti racismo que possa existir à superfície da Terra. Até onde pode ir e onde começa a discriminação ?

Adorei e quero ler mais da autora (este foi o meu primeiro livro dela).

Autora: Jodi Picoult
Editorial Presença
512 páginas

Dentro da Loja Mágica de Dr. James R. Doty

Curiosa a capa do livro porque tem tudo a ver com o conteúdo. A loja mágica também pode ser o nosso cérebro que nos condiciona, ou não, com os pensamentos que temos. E estes determinam tudo na nossa vida!

James R. Doty, o autor, conta a história - a sua própria história de uma superação enorme de todas as suas grandes dificuldades desde muito novo.
Nascido no seio de uma família disfuncional, com pai alcoólico, mãe sempre em depressão e irmão mais velho muito inseguro e bloqueado com tudo o que se passava com os pais, era ele - Doty - que muitas vezes resolvia os problemas que iam surgindo, desde levar a mãe ao hospital e ir buscar o pai sabe-se lá onde.
Um dia, ainda muito jovem, foi parar a uma loja de magia e passados alguns ensinamentos de uma senhora bondosa, mãe do dono da loja, descobriu que magia "a sério" era a que acontecia dentro de nós, modelando pensamentos e abrindo o coração.
Estes ensinamentos, praticados por James Doty, desde o momento em que teve conhecimento deles, foram essenciais para conquistar tudo com que sempre sonhou e entre estes sonhos estava o de ser médico neurocirurgião. Esqueceu-se contudo de um dos truques fundamentais que Ruth lhe tinha ensinado - abrir o coração, até porque nem sabia bem como fazer e considerou um ensinamento esquisito...o preço de não ter aprendido bem esse ensinamento precioso foi muito elevado!

"Tal como Dalai Lama, a minha religião é a bondade. É uma religião que não requer um deus para nos julgar ou textos dogmáticos extensos. É também uma religião que não permite que alguém se sinta superior em relação a outro e que exige que aceitemos que somos todos iguais. Esta religião inspirou-me para investigar como a compaixão e a bondade são determinantes na saúde física e mental e na longevidade." Dr. James R. Doty

Autor: James R. Doty
Editora: Leya, Lua de Papel
232 páginas

Entrevista com James Doty: http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2017-05-28-Achava-que-o-reconhecimento-e-a-riqueza-bastavam-para-ser-feliz-mas-quando-os-alcancei-senti-me-mais-miseravel

Todos os truques ensinados por Ruth estão disponíveis aqui:

http://intothemagicshop.com/exercises

A rapariga no comboio de Paula Hawkins

Ora aqui está um livro que me prendeu desde a primeira página até à última linha do livro! Eu lia sentada no comboio (coincidência com o título :-), lia em pé, à espera do autocarro ou sentada no autocarro, em todos os pedaços que encontrava, tempos livres entre trabalho (daquele que nos dá dinheirito ao fim do mês) e do outro que temos que fazer só porque temos uma casa e família.

A rapariga no comboio é Rachel, talvez a personagem que acompanhamos mais ao longo do livro, mas, o que é interessante é que somos levados a "estar na pele" de várias personagens, todas elas mulheres, e que nos mostram os acontecimentos sob a perspectivas delas.

O livro transmite alguns valores, assim meio sem querer, porque Rachel é alguém com uma auto-estima baixíssima que pensa ter culpa de tudo de mau que lhe acontece na vida.  A dada altura da sua vida Rachel começa a beber e isso traz-lhe muitos amargos de boca, como o do apagão total da memória acerca dos acontecimentos...

Também somos surpreendidos porque à partida, a maior de nós não iria concluir o que acontece no livro, isto é, não é óbvio e ainda bem, porque caso contrário seria muito previsível e nós gostamos  é de coisas que nos surpreendam e nos levem a pensar. E é melhor não escrever mais pois tenho receio de "spoilar" a coisa, o que não teria piadinha nenhuma! 

Sobre a autora ...
Paula Hawkins era jornalista e, pasme-se, na área financeira. Ora números e thrillers talvez conjuguem, pois este resultou e muito bem, com 2 milhões de livros vendidos em 3 meses não é para qualquer um! Estreou-se com este livro e já está por aí outro cujas opiniões não são tão boas "Escrito na Água". É óbvio que fiquei com vontade de o ler e mais...já não me lembrava que os Thrillers eram tão cativantes.

Editora: Topseller

Páginas: 384 que se leem num ápice

Tema: Thriller


Este livro já se encontra adaptado em filme e para quem quer ver (só depois de ler o livro, ou não :-) aqui fica:

Acerca do começo disto...

Apeteceu-me começar e para isso basta o princípio, o post número um. A minha paixão por livros é muito antiga, quase tanto como eu. Com a leitura viajo, percorro sentimentos, entro nas personagens, nos cenários e quase consigo sentir os aromas dos momentos em cada história que leio. Ler é mesmo uma paixão e escrever é algo que me agrada bastante, por isso, porque não construir um blog de opinião acerca das minhas leituras?

Os livros que escolho chegam a mim por algum motivo, ou seja, quase que se poderia dizer que não sou eu (totalmente) que os seleciono, mas eles que me escolhem a mim. Não tenho tema ou assunto que me agrade mais, leio de tudo e, se me tocar, me emocionar de alguma forma, é igualmente bom. Isto é válido para o livro que esteja no top dos tops, ou para aquele que nem seja muito conhecido. 

Os assuntos que me atraem são imensos, por isso os livros que me chegam são muito variados. Eles são oferecidos, comprados por mim, emprestado, requisitados na biblioteca, trocados por outros livros, enfim, um sem número de opções. O certo é que logo nas primeiras páginas descubro se vou gostar deles ou se a leitura vai arrastar-se até ao fim. Também há os que não me interessam de todo e mal pego neles assim eles são colocados de parte (coitaditos!).

Algures num sítio qualquer, li que cada livro tem uma energia especial, muito própria e essa mesma energia faz-se sentir no leitor. Não sei se ela se relaciona com o que estava a querer transmitir o autor, se com a própria personalidade do autor, ou se depois de escrito o livro assume quase uma identidade única, como se quase uma entidade viva. Sabemos é que conseguimos rir, chorar, ficar surpresos ou angustiados com as histórias que lemos nas páginas dos livros e quando isso acontece, estamos diante um bom livro! Com sorte ou azar, conseguimos até mudar de pensamentos, mudar de perspectivas, aprender alguma coisa que nos possa ser útil em determinados momentos, mudar o rumo à nossa vida e sob esse ponto de vista um livro é mágico possuidor de uma certa alquimia.

Comecemos então...