segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

A Grande Solidão de Kristin Hannah

 

Este foi o meu primeiro livro terminado em 2023 (yehhh). Tenho a impressão que também vai ser o melhor do ano e se tal não acontecer, de certo que estará entre os melhores do ano.

Esta autora escreve de uma forma tão intensa que estamos, de um momento para o outro, dentro da história e, depois, torna-se muito difícil largar. Página após página queremos "devorar" mais um bocadinho da história. Tudo o que existe de vida real fica "apagado" quando estamos a ler este livro. Penso que este feito, poucos autores conseguem fazê-lo. Nada de resto existe aqui, a não ser as personagens e as paisagens que, neste caso, são avassaladoras e transmitem-nos as mais diversas sensações.
Leni ou Lenora, é uma rapariga de 13 anos quando a família se muda para o Alasca, a Terra mais distante e fria do planeta. Distante de tudo o que é grande metrópole, distante de luzes, de trânsito, de pessoas, de prédios, enfim, podia-se até dizer, distante da civilização tal como a que conhecemos no mundo citadino onde, a maior parte dos que lá habitam, procuram algum conforto e "qualidade de vida".
No Alasca há pouco de conforto e nesta época (anos 70) nem eletricidade ou TV existia! 

A história inicia-se em 1974, dá um salto para 1978, segue até 1986 e, por fim, há uma carta escrita pela Leni, já em 2009. Contudo, a maior parte da ação decorre entre 1974 e 1986. 

Imagem composta. Imagem de base de Noel Bauza por Pixabay







A família de Leni — ela e os pais, herda uma terra algures ou "nenhures" no Alasca, Fairbanks. O pai de Leni, como não consegue adaptar-se nem assentar em parte alguma dos EUA, decide aceitar e sente que é a grande oportunidade da família. Esta decisão vem também da sequência de uma vida extremamente instável, tanto no aspeto emocional como no económico. De facto, Ernt, o pai da família, é um ex-militar, traumatizado da guerra do Vietnam, tendo por isso, explosões de humor, raramente ou nunca controladas e que fazem temer mãe e filha (temer e com muita razão, porque neste livro há bastante violência doméstica à mistura).

Chegados ao Alasca, a luta pela sobrevivência no inverno é enorme, mas os vizinhos da família recém chegada, são atentos e vão ajudando no que podem. Os três fazem o que podem para sobreviver aos meses de inverno intenso onde pouca luz há. 

A imagem que o livro passa, é uma pequena cabana, muita neve e frio, uma salamandra sempre com lenha a arder e muito salmão enlatado e fumado para alimentar a família. A família também recorre à caça, abundante pelo menos no verão. Embora seja duro viver neste local, quem para lá vai sente que finalmente chegou a casa. Diz-se que quem para lá vai, ou foge de alguma coisa e não quer ser jamais encontrado ou vai à procura de alguma coisa que ainda não encontrou em parte alguma. E o Alasca oferece, mas também tira brutalmente, e aqui pode-se entender: até a própria vida! 

Leni no seu percurso duro, passa por muito, mas reconhece que o Alasca é a sua zona de conforto, o seu local de eleição e, isso, de alguma forma apazigua-a. Conhece Matthew ainda nos bancos de escola e entre eles surge um enorme amor. A história podia ter tudo para ser fácil e maravilhosa, mas a vida dá uma volta gigante e Leni, terá de lutar e chorar bastante para concretizar os seus sonhos.

Esta é uma história de amor (em todas as suas formas); de encontros e reencontros; de paisagens magníficas; de vida selvagem deslumbrante; de esforço; de medo; de dor, tudo embrulhado numa escrita que flui como se escorregasse por nós adentro !

palavras do livro que despertaram, em mim, outras palavras:
  • Frio;
  • Neve e gelo;
  • Estações do ano;
  • Montanhas;
  • Dor;
  • Amor;
  • Resiliência.

🌠Ler para:

- sentir o que é viver numa terra gelada e muito distante de tudo;

- aprender a sobreviver na natureza selvagem;

- sentir medo e alegria como se estivesse nos pés das personagens;

- perceber que em meios difíceis e quando a natureza é rude e agressiva, as pessoas unem-se como se fossem da própria família;

-viajar até ao Alasca, sem sair de casa e no entanto sentir como se estivesse lá! 


Título: A Grande Solidão.

456 páginas.

Kristin Hannah

Editora: Bertrand Editora

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