quinta-feira, 16 de abril de 2020

Febre de Nick Louth

Este foi o primeiro livro que li em 2020 e, curioso, que se enquadra perfeitamente na época que estamos a viver agora! Tão a propósito veio esta leitura e eu que não sabia o que viria a acontecer  toda esta pandemia do coronovírus! 

Alguém, que num voo para Amesterdão transportava um tupperware com um conteúdo inédito...um mosquito, mas não era um mosquito qualquer! Ele transportava dentro de si uma carga letal, capaz infetar qualquer normal mortal com um tipo de malária fulminante. E eis que esse tupperware é aberto, durante o próprio voo, consequências não só para os passageiros desse voo, como também para muita gente com a qual o mosquito teve o azar de se cruzar (ou sorte para o mosquito). Sabemos também que se reproduzem velozmente os mosquitos...

A doença mortal começa a espalhar-se e não há vacina para este tipo de malária, as descrições do efeito da doença são muito gráficas e impressionantes e o livro em si, é rápido, portanto daqueles thrillers que se lêem muito bem.

No meio disto tudo, há interesses (muitos) como já seria de esperar. Grandes farmacêuticas são aqui retratadas como grandes e poderosas que olham só ao lucro... e muito dinheiro está envolvido na detenção de uma patente para uma vacina, no conhecimento para uma possível cura...

Há dois tempos marcados nesta narrativa (um que relata o que foi sucedendo no passado com a Erica e em forma de diário e outro que relata a atualidade e até pelo menos dois narradores. A verdade contada sob dois (pelo menos) pontos de vista, o que gostei bastante, até porque são partes da história que vão afunilando para o mesmo fim. No início há coisas que não percebemos, mas depois tudo se encaixa como se fossem peças de um puzzle.

O livro é de 2015, mas bem atual portanto...

376 páginas
Autor: Nick Louth
Editora: Jacarandá Editora
****a minha classificação no GoodReads

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Aqueles que merecem morrer de Peter Swanson

Este é um thriller de arrepiar a espinha, desde o princípio até ao fim. Arrepia a espinha não por ser uma história de horror completo, mas porque as descobertas e reviravoltas que a história nos apresenta faz-nos mexer os neurónios e subir o nível de adrenalina e isso é o que se quer (pelo menos volta e meia) de um livro.

Um homem e uma mulher (Ted e Lily) encontram-se no aeroporto e, depois de várias bebidas no terminal à espera de um voo para Boston, entram numa espécie de acordo...é que todos temos de morrer e que tal apressar a morte de quem não merece viver ? Este é o pensamento profundo de Lily uma das personagens, fortemente psicopata e talvez das principais, senão mesmo a principal da história. 

Quando menos esperamos, a história que era conduzida de uma forma, tem uma reviravolta daquelas e já não vai pelo caminho inicial e por outro que nos surpreende completamente. E de surpresa em surpresa se vai lendo este livro, viciante e pequeno, portanto de rápida leitura. Está escrito dando-nos a perspetiva de várias das personagens, na primeira pessoa, capítulo a capítulo. 

Muitas mentiras e segredos escuros aliás, profundamente escuros, que desenham o perfil de cada um dos personagens, sendo talvez a mais "dark" delas todas - a Lily. Lily tem uma infância estranha, negligente, diria que infeliz e desde cedo faz coisas que não deveriam ser feitas por ninguém, muito menos por quem é tão jovem (e começa cedo). Ela começa a fazer estas coisas para se proteger a si e a quem ama (por exemplo uma gata, a Bess), isto porque é filha de pais completamente negligentes, do género - se queres comer desenrasca-te...o que andas a fazer é lá contigo ...o que estes pais gostavam era de festarolas, bebidas e tal. 

O interesse de Lily por livros é enorme, ela refugia-se na leitura desde cedo, e isto é uma coisa que um leitor viciado gosta sempre de ler nos livros. Um livro que nos fale de livros é sempre uma ótima redundância ! Matematicamente falando, é o quadrado do livro que estamos a ler, ou o cubo :-).

Peter Swanson escreve bem, tirando o fôlego ao leitor e criando momentos de reviravoltas completas (plot twist) e foram estas as que me fizeram chegar a uma classificação de 4 estrelas e não de três, isto porque de início não me estava a agradar assim tanto, mas vamos num sentido que de repente vira por completo e isso fez com que eu subisse esta narrativa na minha consideração.

277 páginas
Autora: Peter Swanson
Editora: Editorial Presença
****a minha classificação no GoodReads

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Flores Perdidas de Alice Hart de Holly Ringland



Este foi sem dúvida, um dos melhores livros que li em 2019, talvez o 2º melhor livro lido, logo após o "Tempo entre Costuras" de Maria Dueñas.
Que  "livraço" este!! Pedra preciosa, por um lado, pelo aspeto magnífico que apresenta, por outro, pela densidade da história que nos apresenta, cheio de ingredientes que nos dão que pensar.

Todo ele ilustrado com maravilhosas flores desenhadas a tinta preta e que vão acompanhando a história da personagem principal, desde a capa, passando pelo índice e abertura de capítulos.

Cada capítulo abre com uma determinada flor, pertencente à vasta flora silvestre do território australiano (daqui se pode concluir que até acerca da flora Australiana podemos aprender) e cada capítulo tem, portando, um determinado significado dado pela flor que o apresenta. Trata-se de uma linguagem própria - a linguagem das flores - aprendida desde cedo com a mãe de Alice, consolidada com a avó e que a continua a acompanhar vida fora.

A ervilha-do-deserto-de-sturt é talvez a flor que me marcou mais, não só porque é descrita como pertencente a uma paisagem surpreendente do deserto australiano, como pelo significado profundo que tem para Alice e, quando se lê a paisagem que é descrita, cheia do colorido destas flores é absolutamente emocionante!

Bem, mas voltando à história, que se quer explicada de forma ligeira, porque caso contrário perde a piada toda ! Alice ainda é uma criança quando o livro começa. Vive com os pais junto à costa, portanto perto do mar, mas Alice mal sai da periferia da sua casa, e, quando acompanha o pai ao surf, este ensina-a a manter-se em cima de uma prancha, mas também é extremamente severo com a menina quando ela, por descuido, se desequilibra...este pai ultrapassa até a categoria de "severo", ele é mesmo mau e violento - para a mãe de Alice e para ela própria. Um dia, a menina arrisca-se a ir até à biblioteca da vila vizinha e quando lá entra sente-se absolutamente encantada com tantos livros que vê, a sua paixão por livros e pela leitura aumenta cada vez mais.

Imagem do Pixabay: Ervilha-do-deserto-de-Sturt
O livro tem duas partes distintas, quase até três partes, uma em que Alice é criança e vive com os pais, outra em que a protagonista é já adulta (jovem) e vive numa quinta da avó paterna que é produtora de flores para venda e, podemos considerar uma outra parte, em que Alice vai para o interior Australiano e vive sozinha, sendo que arranja trabalho num...e ...já estou a escrever muito o que não pode ser, pois não se pretende revelar tudo desta história maravilhosa :-).

Há um tema de extrema importância abordado aqui - violência doméstica. É descrito de uma forma tão dolorosa que por vezes nos custam algumas passagens, mas é importante lê-las e sentir se é admissível permitir esta ou outro tipo de violência nas nossas vidas.
Não conhecia a autora, desconheço se escreveu mais livros, mas este, meu Deus é maravilhoso! Vale mesmo a pena pegar nele de devorá-lo num só trago, enjoy!

400 páginas
Porto Editora
Autora: Holly Ringland
*****a minha classificação no GoodReads

quarta-feira, 8 de abril de 2020

O Oceano no fim do caminho de Neil Gaiman

Já não atualizava este blog há uma catrafada de tempo, mas isso é porque não me disciplino, acabo por gastar tempo com imensas coisas aqui e ali e, quando vou ver, já passou todo o tempo que tinha! Não sei se acontece com outros, mas os dias passam com as rotinas de sempre e algo um pouco diferente do habitual já não se encaixa!! Não devemos deixar que isto aconteça e o truque talvez seja incluir as tarefas que queremos mesmo fazer, na nossa rotina habitual.

Se escrever no blog fosse uma rotina habitual, ela era, com toda a certeza feita! Se escrever fizesse parte da rotina, eu teria de escrever...e por aí vai ...

Como já não atualizava leituras há imenso tempo, tenho muitos dos 23 livros lidos em 2019 por registar aqui! Como para mim, os livros são intemporais, podendo ser lidos em qualquer momento ou período da vida, acho que faz sentido deixar aqui a minha opinião dos que fui lendo...

Este, de Neil Gaiman, foi o primeiro do mundo fantástico do autor que li. É estranho primeiro, mas depois, entranha-se. Neil Gaiman dá-nos todo um mundo esquisito onde trapos são pessoas, onde pessoas podem ser monstros estranhos de outro mundo, sendo que o "outro mundo" pode estar nas traseiras de um quintal relativamente vizinho à nossa própria casa. Não sei bem se o que estou a dizer faz algum sentido, mas a história também tem pouco sentido e, por isso, estou na onda.

Valeu a pena conhecer o autor e a sua escrita. A história é difícil de relatar, mas mais ou menos posso dizer que se trata de uma criança de cerca de 7 anos, um rapaz tímido, com poucos amigos na escola, meio anti-social até, que começa a viver uma história fantástica, assim para o aterrorizante quando tem de ceder o seu quarto a uma ama que vai viver para a casa da família deste menino. As funções desta senhora, vão ser as de tomar conta deste rapaz e da irmã dele...

A história complica-se quando o nosso rapazinho percebe qual o verdadeiro ser que é a tal ama. E depois mete trapos velhos, podres e esfarrapados, costuras que emendam as almas e tanto mais que não vale a pena falar, porque isso era já dizer muito! 

Existiram momentos em que gostei imenso, outros estranhíssimos em que tive de reler partes e outros em que estava um bocado farta da leitura, mas Neil Gaiman é um autor a repetir sim senhora!

183 páginas
Autor: Neil Gaiman
Editora: Editorial Presença
*** e mais meia (inexistente no Gooreads).
literatura-billboard

Imagem do cabeçalho do blogue de "GimpWorkshop"

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Fantasia, Mágico, Surreal. De utilização gratuita.

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Abençoada hora quando decidi ler este livro em férias de verão...este é o livro ideal para levar nas férias! Tão divertido que nos embaraça,...