Este é um bom thriller para quebrar aquela falta de vontade que nos dá de ler coisas chatas, monótonas, lentas e que não avançam. Aqui não há esse problema pois a história voa.
Embora o tivesse achado nada de especial, é muito rápida a sua leitura pois a narrativa é envolvente e sem darmos por isso avançamos bastante em pouco tempo.
Esta história gira à volta de 4 velhotes (Dave, Jack, Maurie e Luke) que decidem consertar algumas pontas soltas que deixaram, lá atrás, no seu passado. Explicando melhor, a iniciativa de regressarem a Londres vai ser de Maurie, um dos amigos que agora está às portas da morte com cancro, acamado num hospital. Depois de de ter lido a notícia da morte de um sujeito do seu passado e de uma história em comum com os tais amigos, insiste com eles que tem que voltar e assim regressam todos.
Não nos surpreende em demasia pois não sendo demasiado óbvio, também não é extremamente difícil antecipar alguns acontecimentos deste policial. E o final, embora seja um pouco surpreendente, porque não estamos à espera (pelo menos completamente) do desfecho, também não é assim espetacular, mas é uma leitura que nos envolve e prende.
Saliento um aspeto que achei ternurento - a relação entre avó (Jack) e o neto (Ricky), pois ao transportar o neto para esta aventura Jack pensa também estar a devolver-lhe uma "vida a sério" que não passa por estar sentado à frente do PC horas a fio em jogos e outras coisas do género. Jack trata muitas vezes o neto por "filho" o que achei bem bonito, até porque nos é mostrada a fase da vida de Jack em que ele próprio era um jovem imaturo (o livro desenvolve-se em duas épocas - anos 60-70 e 2015). Ricky, que no início não tem o avô em boa consideração, muito por conta da influência dos próprios pais, já mais para o final do livro reconhece que o avô foi um aventureiro com uma vida digna de ser vivida!
A perspetiva de Ricky quando diz que considerava que os velhos eram velhos e parecia que nunca tinham sido jovens, não deixa de ser pertinente, pois muitos jovens têm esta forma exata de pensar das pessoas mais velhas (e basta que estas pessoas tenham 40 anos ou mais...). Com as histórias do avô, contadas na primeira pessoa, Ricky passa a ter uma noção muito diferente da vida e dos "velhos".
Sei que este autor tem vários outros livros e que este nem é o que é dos melhores. E ao pesquisar mais sobre o autor, descobri que tinha escrito um livro, lançado em abril deste ano (que timing curioso, mesmo em cima da pandemia) com o nome "lockdown" que retrata Londres, como a cidade epicentro de uma virulenta e intensa pandemia em que os hospitais rebentam pelas costuras...bem, esperemos então pela sua tradução para português pois me parece que a leitura vai ser rápida!
387 páginas
Autor: Peter May
Editora: Marcador
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