Quantos não terão ouvido falar desta surpreendente história? Frankenstein tem imensas adaptações, tanto para cinema, como para livros, mas nada como ler a história original de Mary Shelley, até porque ficariam surpreendidos com a oposição que tem às várias versões que existem. O próprio personagem monstruoso, construído por Victor Frankenstein, nada tem a ver com o monstro com parafusos e costuras estranhas na cabeça.
Mary Shelley tinha apenas 19 anos quando escreveu esta história! Impressionante como nesta idade apenas, surge uma narrativa que viria a ser um grande clássico.
Alguém que ouvi no youtube sobre este livro, referiu-a como se fosse uma daquelas matrioskas que têm lá dentro várias bonecas de onde vão, sucessivamente, saindo mais bonecas...é mais ou menos isto que eu sinto desta história.
O personagem que nos conduz pela história é Walton. Walton começa a relatar através de cartas escritas para a irmã, a viagem de sonho dele - explorar o pólo Norte, ora estamos no séc. XVIII e por isso este é um grande empreendimento, de enormes riscos. No meio desta grande aventura e já em mares muito a norte portanto gelados, Walton e sua tripulação encontram um desgraçado de um homem, em pele e osso, com um aspeto super desgastado e muito fragilisado. Este homem era Victor Frankenstein e aqui "sai" a segunda boneca tirada da tal matrioska...
Victor Frankenstein conta como criou o seu horripilante monstro, relata ponto por ponto como cresceu na sua querida Genebra, num seio familiar acolhedor e cheio de amor e como depois tudo mudou quando ingressou os seus estudos superiores, em que no meio das suas muitas leituras, loucura das loucuras, cismou que era possível dar vida a um ser humano que já estava inanimado, sem vida. Assim que descobre que as suas pesquisas e trabalho laborioso conseguem de facto concretizar o seu objetivo, nesse imediato momento, Frankenstein apercebe-se de que cometeu um erro e vira costas à sua criação, acreditando que quem não vê é como se não fosse real...foge e esquece que deu vida a um ser hediondo.
A terceira "boneca" sai da matrioska quando o próprio monstro relata como tem sido a sua história desde que o seu criador lhe insuflou vida. E aqui ficamos absolutamente surpresos porque o monstro, na verdade, é monstro porque aparece assim aos olhos de quem o vê! Este monstro tem sentimentos e apenas queria companhia e apreciar a vida tal como qualquer outro ser vivo à superfície da Terra...mas a sua aparência atroz não lhe permite ser aceite pela humanidade que o repudia e, para saberem mais, é só ler o livro que não é grande e está magistralmente bem escrito!
Autor: Mary Shelley
Edição: Relógio D´Água
219 páginas
Sem comentários:
Enviar um comentário