Este foi o meu primeiro e único livro que li do autor e posso dizer gostei muito.
Este livro é leve (até porque é pequeno), mas um livro pequeno pode ser "pesado" em conteúdo e este, embora tenha partes "pesadas" pois há várias situações que dão que pensar, o autor arranja sempre forma de as encarar com uma certa leveza.
Começando...trata-se de um rapazinho de 12 anos que nunca conheceu o pai e que herda a sua biblioteca, isto é, a partir do seu aniversário, a Elias Bonfim é concedida a chave do acesso ao sotão onde permanece a coleção dos livros, em que se "perdeu" em leituras o seu pai - Vivaldo Bonfim.
Vivaldo Bonfim era um funcionário de uma repartição de finanças e tinha o trabalho mais chato, aborrecido e entediante do mundo, ora como é natural, os livros eram as fugas dele, pois apresentavam mundos e mais mundos nos quais era preferível a sua existência. Aqui vivia vidas que não lhe eram permitidas no seu trabalho que só lhe trazia tédio.
Diziam, desde muito novo, a Elias, que o seu pai tinha morrido de enfarte cardíaco, mas Elias viria a descobrir mais informações sobre este assunto (mal explicado) com as suas muitas leituras no sotão da avó.
Elias adorava ler e os seus dias vão-se passando entre o seu "mundo real", no qual tem que ir à escola e tem os seus amigos, dos quais Beatriz e Bombo fazem parte, e o mundo das suas leituras, onde passam horas e horas em mundos paralelos, pois que considera que cada livro é um universo à parte para onde se pode saltar e percorrer as ruas e os lugares das respetivas histórias. Muitas destas histórias são clássicos de literatura como "O Estranho caso de Dr. jekyll e Mr. hyde" e por aí adiante, nomes muito sonantes da literatura mundial.
Na vida, ao vivo e a cores, fora dos livros, outras coisas vão acontecendo e uma delas relaciona-se com o seu grande amigo Bombo. Bombo tem este nome devido ao facto de ser assim tratado pelos colegas que o mal tratam e espezinham por ser bem redondinho, bem gordinho...e por este facto a Elias não lhe passa pela cabeça que o seu amigo possa ser alvo da paixão da Beatriz, por quem ele também está apaixonado!
Sem querer (ou antes, de forma subtil) o autor aborda assuntos muito pertinentes e vai inserindo lições de vida muito boas, sem contudo parecerem "lições".
Gostei imenso da escrita, da soltura e leveza das palavras, do toque engraçado das palavras e de conteúdos bem profundos introduzidos subtilmente. É pequeno este livro, tem 126 páginas, lê-se rapidamente e vale bem a pena, não só para petizes (dos 10 para a frente) como para pessoas de todas, mesmo todas as idades!
Autor: Afonso Cruz
Edição: Caminho
126 páginas
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