quinta-feira, 31 de agosto de 2023

A Fada do Lar de Sophie Kinsella

Abençoada hora quando decidi ler este livro em férias de verão...este é o livro ideal para levar nas férias! Tão divertido que nos embaraça, por rirmos sozinhos à beira de uma piscina ou quando estamos entre mergulhos no mar.

Samantha é uma advogada de sucesso, sempre muito atarefada. Corre de um lado para o outro a resolver várias pendências ao mesmo tempo. De tal maneira ocupa os seus dias com a sua profissão que em casa nem sabe como funciona um aspirador ou como se põe uma máquina de roupa a lavar. Este tipo de tarefas delega-as todas a outros, para ela são tarefas "menores". 

A sua mãe também é uma advogada de renome na praça e o seu irmã tem um alto cargo executivo (nem sei bem no quê). 

No jantar de anos de Samantha não aparece nem a mãe nem o irmão pois tiveram assuntos urgentes para resolver à última hora, todos relacionados com as suas obrigações profissionais. Claro está que enviam a Samantha flores e dinheiro, mandam as suas secretárias telefonar com um pedido de desculpas...a sua presença é que não podia ser ...

Precisamente no dia em que Samantha supostamente será promovida a sócia da empresa de advogados da qual faz parte, descobre que cometeu um erro gravíssimo e foge! Apanha o primeiro comboio que vê, segue, sabe Deus para onde (nem ela próprio o sabe), vai parar algures na zona mais rústica e menos urbana de Inglaterra. Londres e a sua grande agitação fica para trás.

Samantha toca a campainha de uma enorme casa que vê, apenas para pedir um copo de água e comprimidos para a sua enorme dor de cabeça. Atendem os donos da casa, muito atenciosos que de imediato concluem que Samantha está ali para uma entrevista que lhe dará acesso ao lugar de governanta. Ela não compreende logo o que se está a passar, mas depois, equívoco atrás de equívoco (com imensas gargalhadas pelo meio) acaba por aceitar o cargo...sendo que nem sabe cozinhar um ovo estrelado!! 

Pelo meio, como não podia deixar de ser, Samantha apaixona-se...

As peripécias da personagem principal são de facto muito cinéfilas, aliás esta história já tem um filme (que até é antigo). Seja como for, nada, mas nada, vai substituir este livro hilariante, por isso recomendo-o a 100% e vou querer ler muitos mais desta autora tão divertida! 

Aqui fica a adaptação do livro a filme:



palavras do livro que despertaram, em mim, outras palavras:

  • Equívoco.
  • Humor.
  • Divertido.
  • Stress.
  • Advocacia.
  • Governanta.
  • Romance.
🌠Ler para:

- Passar um bom momento.

- Intervalar de livros mais pesados.

- Rirmos um bom pedaço.

- Compreendermos que não vale andarmos cheios de stress no nosso trabalho.

- Perceber que a vida deve e pode ter momentos para tudo e que não podemos dar demasiado valor apenas a uma das facetas da nossa vida.


Título: A Fada do Lar

391 páginas.

Autor: Sophie Kinsella

Editora: Leya (Livros D´Hoje)

AMOK de Stefan Zweig


 Este é um livro com apenas 67 páginas, que se lê em pouco tempo, mas com uma história cuja densidade é superior ao número de páginas. 

O narrador desta história é alguém que viaja no mesmo navio da personagem principal desta narrativa. Os factos que aconteceram, são a propósito de um médico, suponho que exercendo a sua profissão em Calcutá, numa colónia de cujo país não percebi bem, distante da Europa, no longínquo ano de 1912.

O narrador conta-nos que o seu aposento no navio era bafiento, encolhido e barulhento.  Para se refugiar deste sítio pouco agradável e do ruído constante das conversas ininterruptas, no convés, durante o dia por todo o lado do navio, o nosso narrador decidiu trocar os turnos: dormir de dia e manter-se no convés, arejado e solitário, durante a noite. E é precisamente aqui, num dos dias em que opta por arejar a cabeça durante a noite, que encontra uma singular pessoa que mal consegue distinguir na escuridão da noite.

Ao longo de dois ou três dias, aquele estranho, sempre acompanhado de uma garrafa de álcool (Whiskey penso eu) vai contando a sua triste história que começa algures nos trópicos. Uma mulher, altiva e arrogante ousa ir a sua casa pedir-lhe um favor. Nunca se verga, nunca ousa pedir "por favor" como pretendia o médico, nunca se coloca numa posição de alguma forma "inferior" ao seu interlocutor e este, irritado com esta atitude e tão orgulhoso e arrogante quanta a mulher que pede (nunca implorando nem se rebaixando), exige um pagamento que a mulher recusa veemente.

A mulher sai de casa do médico e este arrepende-se de não ter acedido ao pedido dela, entra em estado de alerta/agonia/fúria (amok)...persegue-a até conseguir comunicar com ela, no entanto, já é tarde e o pedido dela fica sem efeito. As consequências destas escolhas (dela e dele) não são boas nem para um, nem para o outro. 

A intensidade destas linhas é enorme, a aflição que é transmitida, é feito que mestria a que Stefan Zweig tinha na escrita. Um pequeno livro muito denso! Muito bem escrito! 

Stefan Zweig escreveu várias novelas, uma delas já li e também gostei: "24 horas na vida de uma mulher". Muitos estão publicados pela editora "Relógio D´Água" e são muito acessíveis naquelas caixinhas disponibilizadas na feira do livro de Lisboa (foi lá que comprei alguns destes livros). Valem bem a pena! 


palavras do livro que despertaram, em mim, outras palavras:

  • Angústia.
  • Dor.
  • Viagem em navio.
  • Condição humana.
  • Orgulho.
  • Amok.
  • Século XIX.
🌠Ler para:

- Perceber as relações humanas no século XIX, particularmente em colónias.

- Aprender o conceito "amok".

- Ter contacto com a magnífica escrita de Stefan Zweig.


Título: Amok

67 páginas.

Autor: Stefan Zweig

Editora: Relógio D´Água

domingo, 30 de julho de 2023

Revelação de Michael Crichton

Imagem de fundo daqui 

 Este é mais um dos livros de Michael Crichton, autor (médico de profissão), falecido em 2008 e com uma vasta obra de publicações, muitas delas podem ser associadas ao termo "Thriller Científico". Esta designação é para aqueles livros relacionados com as ciências e tecnologia, mas que envolvem também suspense, mistério e por vezes morte. Na maior parte das vezes, estes são livros prendem-nos, do primeiro parágrafo até à última linha, fazendo-nos cavalgar pelas linhas, página após página, para responder a fios soltos como: quem foi? Mas porquê? o que está a acontecer? E lá se vai o fôlego e o sono 😳.

Revelação é o quarto livro que leio deste autor e não dou por perdida nenhuma das leituras que fiz! Fantásticos mesmo... prendem, envolvem e dão-nos a volta, apresentando um qualquer enredo de que não estávamos à espera. Ou sou eu que não tenho jeito para descobrir o que está por trás dos acontecimentos, ou de facto, ele constrói histórias que terminam de forma inusitada, com acontecimentos imprevisíveis e, disso, sem correr o risco de ser presunçosa, qualquer leitor gosta.

Vamos aos factos...este livro tem um grande tema - assédio sexual - à roda do qual anda e que até é muito atual, muito embora o cenário seja de uma grande empresa de alta tecnologia nos anos 90. Só que, tal como Michael Crichton gosta de escrever, é polémico e nada óbvio. Aqui o assédio é provocado por uma mulher acabada de ser introduzida numa empresa como chefe de divisão (sem que ninguém da empresa soubesse disto).

Sanders acorda para uma manhã em que tudo indica, será promovido. Chega atrasado porque nas rotinas matinais a mulher pede-lhe, encarecidamente, que ele trate dos pequenos-almoços das crianças. Quando chega à empresa, está um burburinho geral e espanta-se, embora aceite: quem é nomeado para chefe de divisão dos produtos avançados da DigiCom não é ele, mas Meredith, acabada de chegar de outro Estado para assumir aquele cargo a pedido do patrão da empresa.

Meredith, com uma história antiga de um namoro com Sanders, convida este para uma reunião tardia no seu gabinete. Compra vinho e ...preservativos! Curiosamente a secretária tranca a porta a pedido de Meredith. E à porta fechada, atira-se a Sanders que fica meio aparvalhado com toda esta investida e, quando a coisa aquece, Sanders começa a sentir-se tremendamente mal com toda a situação, afasta-se e sai. Meredith fica aos berros (por acaso estes berros são ouvidos pela senhora da limpeza...).

O que eu não esperava é que a história vai-se desenvolver para lados que eu não previa (pois, acontece com os livros de Michael Crichton)...muitas coisas aqui são discutidas e achei bem interessante tudo o que foi construído à volta da trama. Sanders passa por complicações difíceis até compreender o que realmente se está a passar na empresa.

Michael Critchton é mais uma vez visionário neste livro. Nos anos 90 ele já nos apresenta a realidade virtual, os sistemas de comunicação em rede, os telemóveis...enfim, nesta altura nada disto era vulgar e ele aborda até a comunicação à distância (como hoje fazemos com um zoom ou o skype).

Deixo também o trailer para o filme que foi adaptado (título original: Disclosure)



palavras do livro que despertaram, em mim, outras palavras:

  • Relações humanas.
  • Assédio sexual.
  • Arrogância.
  • Poder.
  • Inesperado.
  • Interesses.
  • Grandes empresas.
  • Tecnologias.
  • Anos 90.

🌠Ler para:

- Ter uma visão diferente acerca de assuntos vistos apenas de uma perspetiva.

- Ter contacto com alguns aspetos da tecnologia dos anos 90

- Se gostar de enredos passados em empresas de alta tecnologia.

- Compreender que por vezes se geram relações tóxicas e de manipulação entre chefes, patrões, CEO e funcionários (empregados e assalariados).


Deixo apenas o livro em inglês pois é difícil encontrá-lo em português ...a menos que seja em segunda mão (título em português: Revelação pela editora - Difusão Cultural).

Título: Disclosure

464 páginas.

Autor: Michael Crichton.

Editora: CORNERSTONE


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Histórias num admirável...mundo invisível de Maria Amélia Loução




Este fantástico livro ensina ciências "a brincar", mais especificamente, fala-nos sobre: solo,  microrganismos lá existentes, árvores e associações tão importantes, entre as raízes e as bactérias que lhes são benéficas. Com uma linguagem bem adaptada a crianças, talvez entre os 8 e os 11 anos, vai passando a ideia de que existe uma enorme biodiversidade nos solos e que ela é extremamente importante para o equilíbrio da vida. E engraçado é que até as bactérias "más" são mostradas como tendo que existir sendo até, através delas, que as raízes conseguem produzir determinados repelentes muito úteis em lutas de defesa posteriores. Assim, estes produtos produzidos pelas raízes, "mal cheirosos" conseguem defender as "bactérias boas" e até as próprias raízes das árvores!

Não são muitos (pelo menos que eu tenha conhecimento) os livros que ensinam ciências através de histórias e quando encontro algum assim, bem escrito e com ilustrações bem pitorescas e adaptadas à história, dou-lhe um enorme valor.

A história começa com o encontro de três crianças (primos) e que descobrem, no sótão da avó (desconfio que da própria autora :-), uma pequena caixa que os transporta para diferentes épocas da humanidade. Depois, para introduzir a parte da "microbiolândia", a avó conta aos netos histórias que comprovam a maravilha da natureza e em que, na maior parte das vezes, há associações leais entre seres vivos. E, desta forma, as crianças vão ouvido aventuras que se passam num mundo de raízes e bactérias no solo.

No final do livro ainda há lugar para alguns jogos e destaque para uma espécie de glossário científico.

A autora deste livro tem um longo currículo na área biologia e é atualmente Presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia. São diversas as publicações de Maria Amélia Loução tal como este artigo que se pode ler aqui sobre a biodiversidade.

Encontrei também um vídeo, bem interessante, em que a autora Maria Amélia Loução (que é autora de diversos livros de caracter científico - não infantis) é entrevistada sobre a biodiversidade e a sua enorme importância, até para o combate às alterações climáticas.


palavras do livro que despertaram, em mim, outras palavras:

  • Biodiversidade.
  • Ecologia.
  • Redes.
  • Simbioses.
  • Bactérias patogénicas.
  • Bactérias benéficas.

🌠Ler para:

- Aprender mais sobre o solo.

-Dar valor aos microrganismos do solo.

-Compreender que há associações que trazem benefícios para as raízes e para as bactérias do solo.

- Ler uma história pedagógica a crianças dos 8 aos 12 anos (e para todos os outros também).

-Aprender sobre ciências em geral e ainda fazer uns jogos no final :-).

- Fortalecer laços entre avós e netos.


Título: Histórias num admirável...mundo invisível.

42 páginas.

Autor: Maria Amélia Loução.

Ilustrações de Sandra Serra

Editora: Flamingo.


domingo, 12 de fevereiro de 2023

A Avozinha Gângster de David Walliams

Até mais de meio, estava confusa com a leitura deste livro. Sinceramente, não estava a compreender onde o autor queria chegar (se bem que não há obrigatoriedade de se chegar a lugar algum com a leitura de um livro). Que mensagem estava a passar o autor? Que valores estavam a ser transmitidos às crianças de 11 anos, nitidamente o público-alvo deste livro? Tudo indicava que estavam a ser muito focados aspetos moralmente duvidosos... 

Bem, passemos então à explicação: nesta história, temos um menino que vive com os pais sendo que nos salta à vista uma certa negligência. Os pais de Ben mal passam tempo com ele, pouco o ouvem e não consideram o que de facto gosta de fazer. Trata-se de progenitores com interesse altamente direcionado para uma grande paixão — ver concursos de danças na TV, género: "dança com as estrelas". São pessoas simples, com empregos que exigem tarefas básicas. A mãe é manicure e o pai, segurança num supermercado. São os próprios a transmitirem aquela imagem de que estão fartos das suas vidas monótonas. 

Ao longo do livro surgem partes muito divertidas em que, por exemplo, saltam as unhas postiças à mãe. Esta quando vai no carro a maquiar-se, esborrata-se toda e chega aos locais sempre com um risco a mais...de certo que qualquer pequeno ao ler estas aventuras, vai desatar a rir-se às gargalhadas (e os adultos também).

Ben, o menino da história, adora tudo o que se relaciona com canalizações (muito original), tudo o que inclua tubos e arranjos com canos, isso é que o encanta, esse é o sonho da sua vida...ser canalizador. Os pais desdenham dessa hipótese e querem desviá-lo dessa ideia, mas Ben está longe de querer o que os pais queriam que ele fosse: dançarino como a estrela de dança que veneram com todo o seu coração —o grande dançarino, Flavio Flavioli.

Os dias passam-se, o anterior igual ao que vem a seguir, sempre com refeições prontas aquecidas no micro-ondas, pouca conversa, muito espetáculo televisivo de dança e, sextas-feiras em casa da avó. É neste dia da semana que os pais de Ben vão jantar fora e se deslocam a uma sala de cinema para verem um filme no grande ecrã. "Despejam" Ben à porta da casa da avó e arrancam para o seu programa de sexta-feira à noite. 


Para Ben é um martírio. A avó cozinha couve a toda a hora, até bolo de couve come! Tem pelos no queixo e dá puns por toda a casa, usa aparelho auditivo e uma dentadura postiça. Tudo bem, ou tudo mal (dependendo da perspetiva) só que num belo dia, Ben encontra umas jóias e pedras preciosas numa lata de bolachas que a avó tinha lá por casa. Não descansa enquanto não descobre o que é aquilo. Onde as foi buscar? Quem lhas terá dado? Ela mal sai de casa quanto mais ter aquilo ali! O mistério torna-se imperioso de descobrir. Ben, super curioso pega na bicicleta e vai ter a casa da avó sem que os pais saibam.

A história desenrola-se e vem-se a saber que a avó é uma ladra, uma verdadeira gângster. Ora, aqui é que comecei a não gostar, pois aqueles valores não interessam, de todo, passar às crianças: a excitação de roubar coisas de valor, as histórias da avó quando era mais pequena e usurpou, pela primeira vez, e tal e tal (uiii o que é isto, perguntava eu), já não estava a gostar nada daquilo. De veloz leitura este livro, chega-se a determinada parte e vira tudo ao contrário. Respirei de alívio e achei muito interessante como o autor escreveu o livro e compõe tudo até chegar aquele ponto. 

Não deixa de ser um livro onde ficamos a refletir sobre pré-conceitos, o rapazinho que tinha uma ideia da avó (chata, aborrecida, que só sabia jogar scrabble, que ele nem gostava, etc), passa a ter a ideia de uma super avó, a qual Ben passa a adorar e que nada tem de chata ou de aborrecida.

E às tantas, damos conta que este livro valoriza o papel dos mais velhos e a importância de passarem tempo de qualidade juntos. Transmite a ideia de que os avós já foram jovens e têm montanhas de histórias engraçadas para contar.

Gostei bastante, claro, uma delícia que qualquer criança de 10 a 12 anos também vai adorar.

As ilustrações são bem engraçadas e dão mais piada ao livro, acompanham muito bem o que está escrito. A linguagem é muito acessível.

palavras do livro que despertaram, em mim, outras palavras:

  • Divertimento.
  • Preconceitos.
  • Tristeza.
  • Surpresa.
  • Valorizar os mais velhos.
  • Família.
  • Ternura.
🌠Ler para:

- Dar valor ao tempo passado em família.

- Olhar os mais velhos como fonte de histórias super interessantes.

- Ter consciência de que há preconceitos que limitam de ter preconceitos.

- Crianças dos 8 aos 12 ou 13 anos (e para todos os outros também).

-Dar umas boas gargalhadas com todas as aventuras da história.


Título: A avozinha Gângster 

256 páginas.

Autor: David Walliams

Editora: Porto Editora

(1ª imagem): Imagem de fundo da Torre de Londres, atrás da capa do livro: 

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

O Homem Mais Rico da Babilónia de George S. Clason

 Aqui está um livrinho para ler e reler! 

O autor deste livro, nascido em 1874, divulgava, através de panfletos distribuídos a bancos e outras entidades financeiras (isto por volta de 1926), os ensinamentos fundamentais par se alcançar o sucesso financeiro e fazia-o através de parábolas históricas (bíblicas). Talvez seja o mais antigo relato de como obter o sucesso financeiro, é um clássico desta área da educação financeira, recorrendo a ensinamentos antigos e aplicado à história das antigas civilizações da zona perto do rio Eufrates, com terras férteis e situada, sensivelmente, no que é hoje o Iraque.  uma zona conhecida pela sua prosperidade, muito devido à perícia e sabedoria humana, pois aquelas cidades estavam situadas no meio do deserto, árido e com poucos recursos naturais.

A Babilónia era conhecida como sendo uma cidade muito prospera, onde imperava a abundância. Considerada como o berço da civilização humana, desenvolveram-se áreas do saber como o direito; ciências; astronomia e arquitetura. Fizeram-se grandes obras de engenharia como a construção de grandes canais para conduzir as águas dos rios Tigre e Eufrates, para os terrenos circundantes e lá cultivar alimentos para o povo daquela região.

 Este livro, de poucas páginas (125) resulta de uma compilação de várias destas histórias bíblicas que pretendiam, partilhar de forma extremamente pedagógica, as "chaves" que acedem à riqueza e à sua manutenção.

Assim, o autor vai passando o que considera "verdades", estas verdades estão muitas vezes no final das páginas de um determinado capítulo e colocadas dentro de caixas que chamam a atenção do leitor pelo seu destaque.

Diria que é um must be read do leitor que gosta de educação financeira. Qualquer um que se esteja a iniciar nestas áreas deve ler este livro, sem dúvida. Nada difícil, ultra pedagógico, contem em si a bases/pilares de tudo o que um conhecedor dos princípios de educação financeira vai adquirir ao longo da sua vida como conhecedor destas matérias.

São histórias, várias, dentro do livro, que recorrem a hábitos, tradições, vivências naquele tempo, naquela civilização tão antiga e já tão sapiente (é uma mais-valia deste livro pois também ficamos a conhecer o funcionamento daquela antiga civilização). Embora muitas coisas também fossem horrendas (o esquema dos escravos que eram vendidos e comprados como se tratassem de mercadorias).

Deixo aqui alguns destaques (no meu caso enchi o livro de post-it, do princípio ao fim! ):

Imagem de fundo retirada do pixabay

"- Será que não poderíamos descobrir como os outros conseguem obter ouro e fazer como eles fazem? - perguntou Kobbi.

- Talvez haja um segredo que possamos aprender, se o procurarmos junto daqueles que o conhecem - replicou Bansir, pensativo."

" Assim, o sétimo e último remédio para as carteiras vazias é cultivar as próprias aptidões, estudar e tornar-se mais sábio, tornar-se mais hábil, actuando de modo a respeitar-se a si próprio. Só assim se pode adquirir autoconfiança suficiente para realizar desejos cuidadosamente ponderados."


palavras do livro que despertaram, em mim, outras palavras:
  • Visão;
  • Determinação;
  • Resiliência;
  • Persistência;
  • Riqueza;
  • Prosperidade;
  • Vontade;
  • Capacidade;
  • Abundância.
🌠Ler para:

- Verificar que a riqueza está ao alcance de todos;

- Saber como começar a estruturar um esquema de poupança;

- Perceber que a determinação e resiliência conseguem dar cabo de qualquer dívida (haja vontade e coragem para o fazer...sem fugir da rota);

- Aprender mais sobre a antiga civilização que deu origem a conhecimentos e sabedoria que ainda hoje se aplicam;

- Ficar mais sapiente em conteúdos de literacia financeira.


Título: O Homem Mais Rico da Babilónia

128 páginas.

George S. Clason

Editora: Editorial Presença

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

A Grande Solidão de Kristin Hannah

 

Este foi o meu primeiro livro terminado em 2023 (yehhh). Tenho a impressão que também vai ser o melhor do ano e se tal não acontecer, de certo que estará entre os melhores do ano.

Esta autora escreve de uma forma tão intensa que estamos, de um momento para o outro, dentro da história e, depois, torna-se muito difícil largar. Página após página queremos "devorar" mais um bocadinho da história. Tudo o que existe de vida real fica "apagado" quando estamos a ler este livro. Penso que este feito, poucos autores conseguem fazê-lo. Nada de resto existe aqui, a não ser as personagens e as paisagens que, neste caso, são avassaladoras e transmitem-nos as mais diversas sensações.
Leni ou Lenora, é uma rapariga de 13 anos quando a família se muda para o Alasca, a Terra mais distante e fria do planeta. Distante de tudo o que é grande metrópole, distante de luzes, de trânsito, de pessoas, de prédios, enfim, podia-se até dizer, distante da civilização tal como a que conhecemos no mundo citadino onde, a maior parte dos que lá habitam, procuram algum conforto e "qualidade de vida".
No Alasca há pouco de conforto e nesta época (anos 70) nem eletricidade ou TV existia! 

A história inicia-se em 1974, dá um salto para 1978, segue até 1986 e, por fim, há uma carta escrita pela Leni, já em 2009. Contudo, a maior parte da ação decorre entre 1974 e 1986. 

Imagem composta. Imagem de base de Noel Bauza por Pixabay







A família de Leni — ela e os pais, herda uma terra algures ou "nenhures" no Alasca, Fairbanks. O pai de Leni, como não consegue adaptar-se nem assentar em parte alguma dos EUA, decide aceitar e sente que é a grande oportunidade da família. Esta decisão vem também da sequência de uma vida extremamente instável, tanto no aspeto emocional como no económico. De facto, Ernt, o pai da família, é um ex-militar, traumatizado da guerra do Vietnam, tendo por isso, explosões de humor, raramente ou nunca controladas e que fazem temer mãe e filha (temer e com muita razão, porque neste livro há bastante violência doméstica à mistura).

Chegados ao Alasca, a luta pela sobrevivência no inverno é enorme, mas os vizinhos da família recém chegada, são atentos e vão ajudando no que podem. Os três fazem o que podem para sobreviver aos meses de inverno intenso onde pouca luz há. 

A imagem que o livro passa, é uma pequena cabana, muita neve e frio, uma salamandra sempre com lenha a arder e muito salmão enlatado e fumado para alimentar a família. A família também recorre à caça, abundante pelo menos no verão. Embora seja duro viver neste local, quem para lá vai sente que finalmente chegou a casa. Diz-se que quem para lá vai, ou foge de alguma coisa e não quer ser jamais encontrado ou vai à procura de alguma coisa que ainda não encontrou em parte alguma. E o Alasca oferece, mas também tira brutalmente, e aqui pode-se entender: até a própria vida! 

Leni no seu percurso duro, passa por muito, mas reconhece que o Alasca é a sua zona de conforto, o seu local de eleição e, isso, de alguma forma apazigua-a. Conhece Matthew ainda nos bancos de escola e entre eles surge um enorme amor. A história podia ter tudo para ser fácil e maravilhosa, mas a vida dá uma volta gigante e Leni, terá de lutar e chorar bastante para concretizar os seus sonhos.

Esta é uma história de amor (em todas as suas formas); de encontros e reencontros; de paisagens magníficas; de vida selvagem deslumbrante; de esforço; de medo; de dor, tudo embrulhado numa escrita que flui como se escorregasse por nós adentro !

palavras do livro que despertaram, em mim, outras palavras:
  • Frio;
  • Neve e gelo;
  • Estações do ano;
  • Montanhas;
  • Dor;
  • Amor;
  • Resiliência.

🌠Ler para:

- sentir o que é viver numa terra gelada e muito distante de tudo;

- aprender a sobreviver na natureza selvagem;

- sentir medo e alegria como se estivesse nos pés das personagens;

- perceber que em meios difíceis e quando a natureza é rude e agressiva, as pessoas unem-se como se fossem da própria família;

-viajar até ao Alasca, sem sair de casa e no entanto sentir como se estivesse lá! 


Título: A Grande Solidão.

456 páginas.

Kristin Hannah

Editora: Bertrand Editora

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Imagem do cabeçalho do blogue de "GimpWorkshop"

Imagem do cabeçalho do blogue de "GimpWorkshop"
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A Fada do Lar de Sophie Kinsella

Abençoada hora quando decidi ler este livro em férias de verão...este é o livro ideal para levar nas férias! Tão divertido que nos embaraça,...