quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O Monge que Vendeu o seu Ferrari de Robim Sharma


E o que dizer deste must read book? Ok que é de desenvolvimento pessoal e que grande parte das pessoas que gostam de ler, deixam esta categoria de lado, torcem sempre o nariz aos livros de "desenvolvimento pessoal" ou de "auto-ajuda" (não gosto muito deste último termo, mas é assim que lhes chamam...). À parte destes pré-conceitos, é um excelente livro! E tem aquela característica que eu gosto particularmente - a história tem várias camadas, qual cebola que é descascada, casca por casca, são muitas histórias dentro da história principal. Esta está a ser contada por John, um antigo aprendiz de Julian Mantle, advogado de renome.

Julian Mantle tem um ataque cardíaco em plena sessão no Tribunal, quando defendia um cliente seu. Surge então a oportunidade para este homem tão atarefado, stressado e angustiado, de parar e, simultaneamente, fazer uma longa introspecção. De que forma estava a viver a vida até aqui? Como era o seu presente e, o mais importante...como queria que fosse a sua vida daí para a frente, se a sua ideia fosse viver plenamente e feliz?

Quando o seu médico lhe disse que teria forçosamente de parar ou arriscava a ter uma nova paragem, cardíaca que o poderia matar, Julian decide fazer uma longa viagem para se conhecer profundamente e descobrir o que realmente importa na vida. 

Vende tudo o que tem, inclusive o seu adorado Ferrari e parte para as zonas recônditas dos Himalaias, onde lhe dizem que existe uma comunidade de monges (os sábios de Sivana). Julian anda bastante até conseguir encontrar tal comunidade. Quando finalmente a encontra fica lá a viver durante um período de tempo que lhe foi fundamental para alterar a sua forma de viver e de ver a vida.

Ao regressar ao local origem, Julian não é definitivamente o mesmo homem, todo ele brilha. O seu desenvolvimento foi a todos níveis: espiritual, emocional e fisicamente falando, todo ele espelhava alegria de viver e, parecia até, um homem bem mais jovem. Ao reencontrar-se com o seu anterior assistente de advocacia - John, ao qual ensinou bastante acerca da profissão, este não o reconhece, mas quando tal acontece, fica disponível para o ouvir acerca da sua enorme aventura. Para Julian é essencial passar a mensagem da qual é portador e que aprendeu com os sábios de Sivana (os monges dos Himalaias, seus grandes mestres) e, à medida que vai ouvindo, John fica cada vez mais encantado com tais ensinamentos. Passando uma noite em claro, com Julian a transmitir os ensinamentos mágicos dos Sábios de Sivana que por sua vez, John "bebe" avidamente. 

Imagem de 4144132 por Pixabay
Imagem de 4144132 por Pixabay 

É brutal, verdadeiro, acredito eu, em todos os ensinamentos que são transmitidos. É um dos que devemos abrir várias vezes e, pasmem-se, arrepiem-se os cabelos, saltem as órbitas oculares... sublinhar, marcar, eu sei lá que mais. Eu tenho a certeza que quero mesmo voltar a ele várias e várias vezes pois é tanta e tão importante a informação que transmite, que é impossível apenas com uma leitura absorver tudo o que transmite! 

Muito, mas mesmo muito bom e essencial a qualquer humano que quer melhorar a sua e a vida dos outros que o rodeiam. Recomendo vivamente ! 

195 páginas
Autor: Robim Sharma
Editora: Pergaminho

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Todos devemos ser femininistas de Chimamanda N. Adichie

 Que grande livrinho este de tão poucas páginas! Esta é uma leitura para ler e reler, cheia de conteúdo.


Na introdução a autora explica-nos que o conteúdo deste livrinho é uma versão modificada de uma palestra TEDxEuston, em dezembro de 2012, e ao longo destas curtas páginas Chimamanda vai-nos dando exemplos de como ainda é bom reforçar e apoiar a ideia de ser feminista, pois são muitos os casos que ela testemunhou ou, ela própria viveu, em que era notória discriminação apenas por ser mulher/rapariga/menina. E são ainda mais os casos que relata, no continente africano, muitos deles na Nigéria, a sua terra natal. 
Chimamanda desmonta desde cedo, neste livro, o pré-conceito da palavra "feminista". Ela própria, acusada de o ser, logo em criança e por um grande amigo de infância, fica com vergonha de indicar ao amigo que não entende ou não percebe essa palavra. Logo quando regressa a sua casa, procura no dicionário o significado de tal palavra e descobre que feminista é: "uma pessoa que acredita na igualdade, social, política e económica entre os sexos".

Numa linguagem muito clara, parecendo que está a falar diretamente connosco, a autora vai explicando que ser apelidada de feminista é algo que todos deveríamos querer pois ainda vivemos num mundo em que a mulher, só por ser do sexo feminino ainda é menosprezada em comparação com o homem. Numa sociedade em que a força era determinante para a sobrevivência, esta diferença, eventualmente faria sentido e seria "aceitável", na Pré-História, em tempos muito antigos, em que era necessário a imposição pela força e brutalidade. Mas, felizmente a humanidade evoluiu e hoje em dia homens e mulheres têm capacidades que lhes permitem exercer os mesmo cargos, acederem aos mesmos lugares pois a inteligência, determinação, persistência, criatividade, não escolhem sexo, cor ou idade!!  Ou seja, não faz sentido haver diferenciação.

A autora também diz que é óbvio que somos diferentes - homens e mulheres - mas que essas diferenças não podem servir de base para descriminações ou diferença de tratamento entre ambos os sexos. Atualmente homem e mulher podem receber o mesmo salário e serem destacados pela sua progressão individual nas carreiras que têm. Se uma mulher se destaca na sua profissão pode ser promovida em igualdade de condições do seu colega de trabalho masculino...seria assim que deveria ser, pois...mas muitas vezes não é! Tal como acontece por exemplo com a melanina a mais ou a menos. Agora pergunto eu ...quando é que estas coisas deixam de acontecer? Quando é que estes assuntos deixam de ser assuntos? É que se ainda são é porque a diferença (non sense) ainda existe...

Muito bom! Super mega recomendado! 

No fim ainda temos o conto "casamenteiros" da obra "A coisa à volta do teu pescoço" de Chimamanda  e um pequeno resumo das outras obras da autora, que me deram mesmo vontade de as ler! 

92 páginas
Autor: Chimamanda Ngozi Adichie
Editora: Leya




terça-feira, 15 de dezembro de 2020

O Salva-Vidas de Stephen Crane

 Aqui está a prova de que um livro muito pequeno (com 63 páginas), uma história curta, pode ser um grande livro, uma grande história! 

Não sei quanto a vocês, mas quando começa a chegar o final do ano e eu ainda não atingi a meta de leitura do Goodreads, proposta por mim no início do ano, fico com comichões e variações (só para rimar é claro :-) e desato a ver se não tenho livros parados na estante que me permitam cumprir a dita meta (este ano estava reduzida a 30 livros e ainda assim só tinha 26 lidos!). Não que vá escolher qualquer coisa para ler (no desespero...) nunca, jamais, porque tudo o que entra cá em casa foi escolhido com muita devoção e muitas opiniões lidas ou ouvidas em booktubers...pronto, por acaso, este não foi o caso ! :-)).

O Salva-Vidas de Stephen Crane foi um daqueles livros que estão na seção dos 4,99 eur na Wook ou mais baixo ainda, e não sei porquê chamou-me à atenção. Longe de perceber o reduzido tamanho que tinha, o livro quando chegou cá a casa revelou-se um mini-livro e só passado um ano é que lhe peguei...ou seja, agora, e adorei! 

A história transporta-nos para dentro de um pequeno bote, num mar revolto, com ondas bem grandes, espuma e água gelada por todo o lado e o autor consegue realmente colocar-nos, a nós leitores, neste cenário húmido e gélido. Com 4 personagens apenas: o maquinista; o cozinheiro; o capitão e o jornalista, a história vai-se desenvolvendo, rápida e com muita vontade nossa de ver qual o desfecho.

É muito curta a história, mas igualmente bem escrita e claramente visualizamos todas as aflições destes 4 homens que nunca deixam de ser cordiais uns para com os outros. 

"- Vens substituir-me por um bocado? - perguntou, resignado.
- Claro que sim Billie - disse o jornalista, acordando e arrastando-se de forma a ficar sentado. Trocaram de lugares com cuidado e o maquinista, aconchegando-se na água do mar ao lado do cozinheiro, pareceu adormecer instantaneamente."
Imagem de Myriams-Fotos por Pixabay

É claro que a dada altura só querem saber se estes 4 corajosos homens sobreviveram...e terão de ler o livrinho para descobrir isso! Que aqui não são feitas revelações, mais do que as necessárias, o prazer, esse está mesmo nas leituras.

63 páginas
Autor: Stephen Crane
Editora: Estrofes & Versos

sábado, 5 de dezembro de 2020

Sete Dias para a Eternidade de Marc Levy

 


Este livro começou muitíssimo bem, com uma ideia interessante e desenvolvimento "sobre rodas", no entanto, logo arrefeceu pois parece que tudo foi meio artificializado e encaixado para "andar para a frente" e chegar ao fim! Pena, porque todos os livros deste autor, que li até agora, foram muito bons, ou antes, foram para mim leituras de 4 a 5 estrelas.

A base desta história gira à volta de um desafio entre Deus e o diabo. Cansados de andar às turras e em guerras pelo poder (ora agora mando eu e depois mandas tu, ora agora as coisas vão correr muito mal e depois vão correr muito bem e vice-versa), decidem estabelecer um desafio que, a ser ganho, dará a regência da Terra para toda a eternidade. Assim, quem ganhasse este desafio poderia mandar e, se fosse o bem, correria tudo sempre às mil maravilhas e seria o paraíso na Terra e caso contrário, o mal a ganhar tornaria a Terra um local infernal.

Cada um dos "presidentes", quer do céu quer do inferno, escolhe o seu melhor e mais eficiente anjo que tem a missão de liderar todo o processo que conduzirá à vitória ou de uma ou de outra parte.

"...Para atestar a legitimidade daquele a quem incumbirá reger a Terra durante o próximo milénio, lançámos um último desafio cujos termos estão descritos abaixo:

Durante sete dias, enviaremos aos homens aquele ou aquela que considerarmos como o melhor dos nossos agentes. O mais capaz de levar a humanidade para o bem ou ou para o mal dará a vitória ao seu campo, prelúdio à fusão das nossas duas instituições. O poder de administrar o novo mundo será dado ao vencedor."

Ora lido este texto, perto do início, pensamos logo (isto promete...), mas depois as coisas começam a ser algo mal encaixadas, não compreendi diversas situações, sucedem diversos acontecimentos paralelos como a relação entre Zofia (o anjo do bem) e a sua senhoria ou a sua melhor amiga, há explosões estranhas só para subentender que o mal vai no encalço do bem, mas tudo um pouco forçado. 

Acontece portanto, algo que não era suposto acontecer, ou antes, que o leitor percebe que não era suposto acontecer, mas no fim, chegamos à conclusão que afinal até estava previsto e seria uma espécie de batota feita por Deus (confuso!).

Não diria que é um livro que não se deve ler pois seria perda de tempo, nada disso, gostei qb, mas o qb realmente já não me satisfaz e este ano foram vários assim (mornos, que não me aqueceram verdadeiramente).


Às vezes ponho-me a pensar o que tem de ter um livro para ser um cinco estrelas...acho que não é algo racional (não completamente), penso  que me tem de envolver, fazer saltar para dentro da história, ser coerente desde o princípio até ao final, ser uma história bem contada, tocar na alma...isto é extremamente subjetivo e tem a ver com a própria história de cada um dos leitores que lê um mesmo livro. Penso que é por isto mesmo que para uns o livro pode ser um 5 estrelas e para outros 2 estrelas...mas é também por isto que os livros são extraordinários!! 

literatura-billboard

Imagem do cabeçalho do blogue de "GimpWorkshop"

Imagem do cabeçalho do blogue de "GimpWorkshop"
Fantasia, Mágico, Surreal. De utilização gratuita.

A Fada do Lar de Sophie Kinsella

Abençoada hora quando decidi ler este livro em férias de verão...este é o livro ideal para levar nas férias! Tão divertido que nos embaraça,...